Curió, também conhecido como avinhado e papa-arroz é nativo do Brasil e eventualmente podem ser encontrados exemplares na Bolí

O Curió – Orientações Gerais

Curió, também conhecido como avinhado e papa-arroz, é nativo do Brasil e, eventualmente, podem ser encontrados exemplares na Bolívia, Paraguai e outros países da América do Sul, sempre a partir de aves que emigram daqui para lá. Existem parentes próximos do nosso Curió na Nigéria (África) e na Califórnia (EUA), porém diferem do nosso em plumagem e canto.

O CANTO

No Brasil foram encontrados 128 tipos diferentes de canto de Curió, normalmente caracterizados por serem oriundos de determinadas regiões do País.
Os cantos de Curió que foram sendo mais conhecidos e difundidos, foram os que possuíam a qualidade diferenciada da
repetição.

CANTOS REGIONAIS MAIS CONHECIDOS

VITEU - Bahia
VI VI TE TEU - Pernambuco
VOVO YIVIU - Alagoas
PARACAMBI - Rio de Janeiro e Minas Gerais
CATARINA - Santa Catarina
TIMBIRA – Maranhão

PRAIA GRANDE - Litoral de São Paulo

 

 

 

A criação de curiós de alta qualidade pressupõe 3 componentes básicos:

  1. GENÉTICA/ origem das matrizes
  2. PROCESSO DE CRIAÇÃO/ manejo voltado para o canto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PROCESSO DE EDUCAÇÃO

 

Prefira casais que já tenham produzido bons resultados ou que pelo menos sejam descendentes, ascendentes, irmãos ou irmãs de Curiós que tenham se destacado. Após longos estudos e anos de prática na criação de curió, cheguei a seguinte conclusão: é impossível criar um curió campeão sem um estudo profundo de sua genética, fenótipo e comportamento, pois somente assim que conseguimos traçar mapas de reprodução. Em minha criação, consegui fazer o mapeamento genético de todas as matrizes, e assim, tornado menos árdua a difícil escolha de com que macho cobri-las, ainda não definimos quais são os genes ligados à voz, e a repetição, mas estamos cada vez mais perto. Comece com bases sólidas. Só assim, no decorrer dos anos, você terá uma linhagem definida, não obstante casais que não tenham nenhum padrão genético reproduzam bons filhotes, isto é exceção!


O Curió aprende a cantar após o nascimento, ou seja, o tipo de canto do Curió NÃO é passado geneticamente. Assim filho de um excelente Curió pode aprender a cantar um canto defeituoso, bem como o filho de um Curió com canto defeituoso pode aprender a cantar com perfeição, desde que ele nunca ouça o pai, nem qualquer outro canto defeituoso, nem sequer por 5 minutos. Lembre-se que os pássaros ouvem cerca de 10 vezes mais do que nós, e, dependendo do local, são capazes de ouvir outro curió a 100 metros de distância ou até mais. Por isso, os cuidados no local de criação são muitos.

No MÍNIMO 60% da responsabilidade no sucesso da formação de um Curió de alta qualidade depende do CRIADOR, entre outros motivos, porque cientificamente as bases do futuro canto são aprendidas principalmente entre o terceiro e o décimo sétimo dia de vida. Os 40% restante divide-se em genética e saúde.Nesta fase, ouvir as fêmeas solteiras, outros filhotes, pequenos defeitos em qualquer cantada do pai ou qualquer outro Curió, mesmo que, ao mesmo tempo esteja ouvindo a fita ou disco ou CD para o aprendizado, poderá influenciar o filhote de forma negativa e irreversível por toda vida. Quem quiser criar Curiós de alta qualidade deve contar com 4 ambientes suficientemente distantes ou isolados acusticamente:

 

 

ALIMENTAÇÃO DOS FILHOTES

 

Não se usa mais alimentar os filhotes com larvas, aranhas, cupins, etc. para facilitar a vida do criador e melhorar a saúde dos filhotes, utiliza-se a ração própria para Curiós, que é vendida a preço acessível em baldes, próprios para criadores. As fêmeas poderão ser acostumadas com esta alimentação após a mudas de penas, suspendendo qualquer outra alimentação, e misturado a gema de ovo ralada à ração, para que fique mais úmida e mais ao gosto das fêmeas. Os filhotes do próximo ano e, portanto, as novas fêmeas, já nascerão habituadas à nova alimentação, que deverá ser oferecidas como mais uma opção à todos os curiós.

 

 

 

COMO MELHORAR A SAÚDE E A RESISTÊNCIA DAS FÊMEAS

 

Em maio/junho, após terminarem a muda de penas, as fêmeas poderão ser soltas todas juntas, num grande viveiro, parcialmente coberto ou que possa ser coberto todas as noites para que fiquem expostas às variações da natureza tais como: sol, chuva, vento, calor, etc.…Isto reativará ou aumentará a resistência natural das fêmeas, fortalecendo-as para o próximo período de postura e parte desta melhora na saúde, será transmitida geneticamente para os filhotes.



VALORIZAÇÃO DOS FILHOTES

 

QUANTO AO PAI: Como a preferência dos curiozeiros mais e mais tem sido por curiós repetidores e acreditando-se que a característica de repetição é transmitida geneticamente pelos machos adultos, parece lógico que o criador deve preferencialmente possuir um macho galador REPETIDOR, mesmo que o canto seja de baixa qualidade (lembre-se que o macho só deve ser trazido para o ambiente das fêmeas para galar e, após, levado para a outra casa distante o suficiente para NUNCA ser ouvidos pelos filhotes). É interessante para o criador que o macho galador tenham mais de 4 anos de idade.
QUANTO À MÃE: é interessante o criador possuir fêmeas de origem e genética comprovadas de repetição e nunca fêmeas silvestres (cada macho normalmente tem condições de acasalar-se com até 15 ou 20 fêmeas) que:

 

A FITA, CD OU DISCO

 

Todo criador deve tocar a fita, CD ou disco da modalidade de canto de sua preferência. Também é imprescindível o aparelho de som estar conectado com um TIMER possibilitando um melhor controle do tempo de funcionamento do aparelho e evitando, assim, o “stress” do som intermitente, e preservando a vida útil do aparelho. Lembre-se que quando entramos em um local com som ambiente, à princípio percebemos o som e após algum tempo, não notamos mais.
O tempo de silêncio serve para que o curió volte a perceber o canto quando a fita voltar a tocar. Para diminuir a possibilidade dos Curiós ouvirem algum outro canto que lhes estrague o aprendizado, recomenda-se que se ouça rádio, TV ou qualquer outro som ininterruptamente, de manhã até à noite.
Tudo isto também vale para os educadores do filhote e deverá ser usado por toda a sua vida, para que queiram MANTER UM CURIÓ DE QUALIDADE. Procure informações com grandes criadores de curiós de canto, pois eles tem montagens de canto próprio para ensinar os filhotes. Evite as fitas comercias, elas voltadas são para divulgação do canto e não para aprendizagem dos filhotes.

 

São 3 os estágios de aprendizado:

  1. Engriza ou churria
  2. Marcar notas
  3. Assobia

Tão logo o filhote aprenda a comer sozinho, ele dever ser colocado na sua gaiola (prefira gaiola número 5, que possibilita ao pássaro mais espaço para voar, e não apenas pular como nas gaiolas menores, facilitando a capacidade pulmonar e, portanto, de CANTAR e REPETIR) e levado para um ambiente onde ouça unicamente a fita, CD ou disco (lembre-se que dificilmente encontramos um MESTRE que vez por outra não apresente alguma falha e, como as crianças, o curió aprenderá mais facilmente as "besteiras"). Recomenda-se nos primeiros 30 dias após o "desmame" ou até comerem a marcar notas, tocar de 30 em 30 minutas a fita, CD ou disco, sem repetição, facilitando assim o aprendizado do BÊABA do canto Praia Clássico. Quando ele começar a marcar notas (uma espécie de “churriado”, porém com "altos" e "baixos"), pode-se ficar à distância ou gravar a marcação de notas dele para depois ouvir, analisar e tentar detectar quais as NOTAS que faltam. Lembre-se que ele deve aprender as 7 NOTAS do canto Praia, mesmo que elas estejam fora da seqüência correta. Caso falte alguma nota, o EDUCADOR deve providenciar uma fita especial que dê ênfase à nota que falta e tocá-la alguns dias, apenas o suficiente para ele aprender e incluir a nota que falta, o que normalmente ocorre no máximo em 25 dias.
Logo após, esta fita especial e específica para este aprendizado NÃO deve ser mais utilizada, para que o curió não aprenda a cantar dando ênfase em uma determinada nota. Caso o educador tenha mais pardos, o filhote que começar a marcar nota deve ser deixado longe dos demais que ainda estão “churriando”, porque senão os demais "amarrarão" a sua evolução. Isto se deve ao fato de que todos os curiós tendem à ir para o canto mais fácil e, neste caso, permanecer “churriando”, é mais fácil do que marcar notas. O curió deve ser mantido no seu "prego" até a MUDA DE NINHO, que ocorre por volta dos 4 meses de vida.
Neste período ele não deve ser tirado de casa, nem colocado na janela, nem estimulado a cantar, nem passear de carro nem mesmo para mostra suas qualidades para os amigos. ESTE É UM PERÍODO CRÍTICO DE APRENDIZADO, e, mesmo colocá-lo na janela de casa, pode estimulá-lo a cantar muito cedo e portanto facilitando a IMPERFEIÇÃO. Também NÃO se deve usar a CAPA para calar o Curió, basta usar o controle das cortinas de casa para mantê-lo em local não muito escuro, nem muito iluminado. Mas a técnica da capa é utilizada com muito sucesso por alguns criadores. Lembre-se que o Curió muito "churrizador" normalmente tem mais dificuldade em aprender canto, portanto não se preocupe se o seu filhote não estiver “churriando” muito.

AMBIENTE: Não é recomendável deixar o curió em cozinhas, banheiros ou outros locais revestidos com azulejos, porque tenderão a cantar com voz “metalizada” e/ou estridente, devido às característica de não absorção do som e produção do eco. Devemos também preferir ambientes com móveis, cortinas, tapetes, etc, que "suavizarão" o som ouvido e, portanto, aprendido pelo curió.
Como o som se propaga de baixo para cima (note que se ouve muito mais os sons do apartamento abaixo do seu do que está acima do seu), ricocheteando nas paredes, é recomendável que as caixas acústicas estejam o mais próximo possível do piso (no máximo à 50 cm do chão) e o alto falante NÃO deve ser direcionado diretamente para gaiola.

 


Quanto ao volume (altura) do som, recomendo que esteja cerca de um terço do volume normal que um Curió mestre estaria cantando. O ambiente deverá possibilitar ainda que o Curió acorde e adormeça nos horários da natureza (não é bom fazer o Curió dormir após o anoitecer ou deixá-lo em local onde haja TV ligada, pessoas falando, etc). Uma célula fotossensora no aparelho de som é muito útil. Porque o Curió acorda ao amanhecer, o som automaticamente será ligado e ao contrário se desligará ao anoitecer, quando o pássaro for dormir.
Alguns curiozeiros, acreditando que o curió aprende o canto também pelo seu inconsciente, instalam também no aparelho de som um "TIMER DE PINO", destes usados para acender e apagar as luzes automaticamente, e programam 30 minutos de canto que são tocadas por exemplos entre 2:30 e 3:00 da manhã, ou qualquer outro horário em que as pessoas da casa já estejam dormindo, e não tenham o seu sono incomodado.

 

MUDA DE PARDO


Após cerca de 4 meses a partir do seu nascimento, o filhote fará uma muda rápida de penas que chamamos MUDA DE PARDO. As mudas de penas anuais ocorrerão então mais ou menos 12 meses à partir desta muda de pardo. Após a muda de pardo, o curió deverá ser colocado na VOADEIRA por 20 dias, para que possa voltar ao seu estado atlético, já que na muda o curió passa por um processo de letargia e, após este período, levá-lo para passear. Se não for possível levá-lo para passear, deixá-lo dentro do carro por algum tempo ajudará no seu desenvolvimento (não esqueça de deixá-lo à sombra e com boa ventilação). Quanto mais se "mexer" com o Curió, mudando-o constantemente de um ambiente para outro, melhor.


CURIÓ PRETO


Após ficar completamente preto, o curió poderá melhorar significativamente o seu canto e, mesmo assim, tendo aprendido um canto eletronicamente, ele poderá perder gradualmente algumas notas do seu canto. Infelizmente não é verdade a afirmação de que "na muda de pena vou melhorar o canto do meu curió", porque, se depois de preto já tem uma imensa dificuldade para melhorar o canto, o curió aprende canto demandando, ou seja, cantando e ouvindo outro curió. O problema é que entre dois curiós demandando, o que possuir canto melhor (e, portanto, mais difícil), tenderá a "copiar" o canto do outro curió, pois é mais fácil para ele cantar.

 

CURIÓS PRETOS QUE "PERDERAM" NOTAS

 

Alguns curiós que cantavam o canto completo e que "perderam" alguma nota foram recuperados da seguinte forma:


GRAVANDO O PRÓPRIO CANTO DO CURIÓ PARA ELE MESMO OUVIR


Por alguma razão ainda não compreendida por nós, TODAS as tentativas de gravar o canto de um determinado curió para ele mesmo ouvir, tem sido DESASTROSAS. Mesmo quando canta perfeito, o curió ao ouvir uma fita dele próprio, vai perdendo gradualmente a qualidade do seu canto, porém a fita do canto de seu curió poderá ser tocada para ensinar outro curió, e ter o mesmo efeito das fitas comerciais ou até melhor, tudo depende da qualidade do canto de seu curió, assim como da gravação (consulte um juiz de canto).
Quem estiver atento, perceberá que muitos curiozeiros mantém SÁBIAS cantando, junto com seu Curió.  LEMBRETE: quem quiser manter curiós com qualidade de canto, NÃO deve ter outros pássaros, à exceção da sabiá.

DICAS SOBRE SAÚDE

Aspectos da Criação Doméstica de Curiós

Por Dr.Gilson Ferreira Barbosa

 

INTRODUÇÃO:

As instalações do criadouro ficaram prontas, tudo está nos seus devidos lugares, opções por este ou aquele tipo de prateleiras, gaiolas com pintura eletrostática, sonorização, escolha de equipamentos, Timer, etc. Tudo em ordem e é chegado o momento mais importante. A hora da aquisição das matrizes. Todos nós gostaríamos de adquirir as melhores matrizes e que elas nos proporcionassem logo em seguida excelentes ninhadas, para que todo o nosso esforço fosse compensado, não é? O quanto seria bom ... Mas não é desta forma que a "Banda Toca", ou melhor, "que o curió reproduz". As armadilhas encontram-se espalhadas por todas as partes e não seria agora que estaríamos livres delas. Portanto, listei alguns procedimentos que não devem ser prescindidos em nenhuma hipótese. Mesmo que você queira, não deve se enganar, e, às vezes, a gente tem destas bobagens e tentamos enganar a nós mesmos achando que não pode ser, que não vai acontecer com a gente e facilitamos. É “aí o bicho pega"!

 

PROCEDIMENTOS PARA FORMAÇÃO DO PLANTEL

CRIAÇÃO DOMÉSTICA DOS CURIÓS:

1. O primeiro passo é definir qual o tipo de dialeto (cantoria) que você pretenderá ensinar e o estilo da sua criação, pois o sucesso canoro dos futuros filhotes dependerá muito das opções que você terá de fazer agora, quanto à genética do plantel no tocante a canto longo, canto curto, temperamento (Fibra), repetição, etc. É neste momento que será determinado o futuro da sua criação, e a garantia dos investimentos. Lembre-se que “não se tira leite de pedras".

2. Feitas as definições, você não deve adquirir, em nenhuma circunstância, nem mesmo por doação, pássaros sem comprovação testemunhal e documental de procedência. A documentação legal deve estar impecável, a numeração do anel no tarso do pássaro deve ser minuciosamente conferida em todos os seus caracteres, não restando dúvidas quanto à clareza do seu CTP (IBAMA), que deve ter todos os campos preenchidos e não conter rasuras. Apesar do CTP não existir mais, certos dados básicos devem ser checados.

3. Procure fazer contato com criadores previamente selecionados por você e que atendam as suas definições, para agendar uma visita ao criadouro, com vistas à aquisição de filhotes fêmeas. No dia da visita você deve fazer-se acompanhar, de preferência, de um assessor, criador mais experiente e que conheça o plantel ora visitado, e que seja da sua confiança. Caso contrario, contará apenas com a sua intuição e com as sugestões do criador visitado, que poderá ajudá-lo na escolher. Em nenhuma circunstância adquira fêmeas com mais de seis meses, pois o ideal seria três meses, para que façam a muda de ninho na casa nova, ou seja, no seu criadouro. Lembre-se que a padreação dos pássaros que irá adquirir é o maior determinante da escolha. Vá já sabendo o que quer e não se deixe levar por pechinchas ou oportunidades imperdíveis. Só compre filhotes com três meses, procedentes de pais que atendam aos seus critérios e definições.

4. Repita a visita a um maior número de criadores, pois sendo assim terá maior possibilidade de escolha e, conseqüentemente, poderá decidir por pássaros que atendam as definições e com preços mais acessíveis. Um plantel bem diversificado quanto à linhagem tem muitas vantagens para quem inicia, garantindo uma maior possibilidade de sucesso em curto prazo. As definições para fixação de caracteres desejáveis devem ficar para mais tarde, quando a criação já estiver em pleno estabelecimento e você já conhecer o potencial genético de cada fêmea e a linhagem a qual ela pertence. Ao passar do tempo, você irá adquirindo o conhecimento do seu plantel, e ai sim, poderá efetuar novas seleções em cima desta ou daquela linhagem com muito mais segurança, buscando o aprimoramento genético. Acredito que a aquisição de oito fêmeas, duas em cada criadouro seja o ideal para formação do plantel, que necessitará apenas de um padreador.

5. Os pássaros adquiridos devem possuir atestado de sanidade animal assinado por médico veterinário. Se forem viajar, devem ainda possuir GTA - Guias de Transporte Animal para silvestres emitidas pelos Órgãos competentes ou Veterinários credenciados para tal fim, em talonário próprio fornecido pelo Ministério da Agricultura.

6. Chegando ao criadouro, inicia-se um processo de quarentena, com as aves separadas em gaiolas de arame, com pintura eletrostática, de fundo gradeado e de bandejas revestidas com papel, que será substituído de dois em dois dias. Como as aves possuem aproximadamente três meses e é bem possível que ao fim da quarentena já estejam em processo de muda de ninho, iniciamos ai, ainda na quarentena, os preparativos para a muda que se aproxima.

Cuidados importantes a se levar em conta:

Fonte: Dr.Gilson Ferreira Barbosa

Rua da Espanha, 86 Itabuna-BA.

E-mail: gilsonferreirabarbosa@hotmail.com

Tel - (0xx73) 211-8233 e 613-4442.

 

Outras Dicas Sobre a Reprodução de Curiós em Cativeiro

Na natureza o curió defende com muita garra seus domínios. Se alguma outra ave se aproxima do ninho, ele a repelirá até com certa violência. Em cativeiro não será difícil procriar a espécie, desde que seja reconstituído o seu habitat natural. Para isso, você deve criá-lo em gaiolões ou viveiros. 

1.      Nos viveiros, devem ser plantadas pequenas árvores, tais como o pinheirinho. Nos gaiolões, devido ao espaço menor, coloque alguns ramos de bucho (tipo de vegetação) para a fêmea usá-los na construção do ninho. O ninho pode ser encontrado em qualquer loja especializada. O importante é colocar as gaiolas ou os viveiros em local arejado, que não seja escuro, não sofra correntes de ar e nem excesso de calor ou frio e, se possível, receba os raios solares da manhã. 

2.      O reprodutor deve gozar de total saúde, e a fêmea também deve estar com boa saúde e deve estar pronta para a procriação. Não se deve cruzar pássaros consangüíneos, para não ocorrer degeneração. A fêmea deve ter de 1 a 4 anos de idade, que é seu período de postura, embora algumas continuam com a postura mais tempo. 

3.      Depois do nascimento do filhote é aconselhável tirar o macho e deixar só a fêmea, mas o macho deve estar por perto para ensinar o filhote a cantar.

4.      Para que o acasalamento aconteça, coloquem o macho e a fêmea inicialmente em gaiolas separadas, mas próximas uma da outra. Após cinco dias desse "namoro" à distância, junte os dois na mesma gaiola e deixe-os juntos para cruzarem durante 1 ou 2 meses. É nesse tempo que a fêmea vai preparar o ninho.

5.      A fêmea normalmente põe dois a três ovos, que são chocados em torno de 12 dias. Quando os filhotes nascem, levarão cerca de 10 a 14 dias para saírem do ninho. É nesse período que os filhotes começam a exercitar as asas e as pernas, por isto, você deve colocar o ninho em lugar baixo para evitar que os filhotes morram por uma eventual queda. Com 20 a 25 dia os filhotes começam a gorjear (cantar).

6.      Quando eles estiverem com 30 dias mais ou menos, já se alimentam sozinhos e você deve retirá-los da companhia dos pais. Isso é muito importante porque o macho, inexplicavelmente, poderá feri-los se ouvir cantos de outros pássaros. Por isso, coloque o(s) filhote(s) em gaiolões, para voarem e se desenvolverem.

7.      O curió é conhecido pela higiene e limpeza do ninho. Isso é tão marcante na espécie que alguns criadores não colocam mais a coleira de identificação na perna dos filhotes enquanto estão no ninho, porque a mãe curió vai retirá-las, podendo até ferir os filhotes nessa tentativa. Ela não aceita nenhum objeto estranho ou sujeira no ninho.

8.      A troca de pena e bico é feita no período de abril a junho (podendo variar de um pássaro para outro e de regiões), neste período há uma queda da resistência e o curió está sujeito a pegar febre e outras doenças. Convém cobrir a gaiola para evitar o vento e, dar boa alimentação e deixar a gaiola bem limpa. Neste período, o curió provavelmente deixará de cantar.

MANEJO NA CRIAÇÃO DE CURIÓ
ADOTADO PELO SÍTIO DO CURIÓ

Período da "Muda"

abril/julho

O período da "muda" inicia-se no mês de abril, ocasião na qual o criador prepara os casais reprodutores para o chamado "ciclo reprodutivo", cujo sucesso dependerá primordialmente desta fase.
As fêmeas deverão estar dispostas e acomodadas de maneira que possam estar visualmente próximas, de forma que se observem, umas as outras, salientando que, em sendo assim, as gaiolas deverão estar sem a proteção das capas ou divisórias.
Observar-se-á que este procedimento é aplicável tanto na criação comercial quanto na doméstica.
Este processo busca uma aproximação bastante coerente ao modelo do
seu habitat natural, onde, nesta época da "muda", esta espécie em liberdade,aglomera-se sabiamente em verdadeiras colônias, no sentido da busca à proteção, considerando ser período de inverno.

Medicação Preventiva

Logo no início da 'muda", administrar-se-á 3 gotas de "Ferro-SM" em 50 ml de água, por um período de 15 dias consecutivos, adotando-se, após esse período, um intervalo de 7 dias e, na seqüência, retornando à dose inicial
por um período de mais 7 dias.
Após esta profilaxia, as fêmeas deverão estar na fase "seca da muda". Assim, entrarão em descanso por 15 dias e, a seguir, receberão o "Aminosol" por um período de 10 dias consecutivos, na dose de 4 a 5 gotas adicionadas no bebedouro de 50 ml.
A critério individual, o "Aminosol", poderá ser administrado ainda na "broa" ou "farinhada", na dose de duas colheres (sopa) rasas, para cada 1 kg da mistura desejada.
Após a "seca da muda" -; fase que normalmente ocorre no final de maio - início de junho, procede-se a novos cuidados preventivos profiláticos, faz-se o tratamento preventivo numa seqüência de 7 dias com o “NF-180”, colocando-se uma colher de chá do “NF-180” em um litro de água filtrada.

Julho

É a fase ideal para se vermifugar o plantel, utilizando-se 2 gotas de "vermi-Aves" no bebedouro de 50 ml.
É importante enfatizar que, imperativo se torna a observação quanto a
necessária modificação dos vermífugos a serem administrados nos anos seguintes, tais como "Ascaridil", "Panteomim", etc.

Agosto

Normalmente neste mês inicia-se o período da reprodução para a maioria das aves; oportunidade na qual dever-se-á proceder a assepsia das gaiolas com o produto "Ortosol" , no caso específico das gaiolas de madeira. Quanto as gaiolas de arame, o procedimento deverá ocorrer no forno, a uma temperatura mínima de 100º C, por um período nunca inferior a 10 minutos.

Aqueles criadores que se utilizam de gaiolas de madeira, deverão estar atentos às tão indesejáveis infestações de ácaros, piolhos e bem como a proliferação de doenças infecto-contagiosas.

Face ao exposto, o sucesso de uma criação depende fundamentalmente de um ambiente corretamente higienizado, onde se pratica a limpeza constante dos excrementos fecais, evitando-se rigorosamente a utilização de "jornal" para a forração do piso das gaiolas, e praticando a troca diária da água, não obstante ainda estar atento à renovação frequente -; duas a três vezes ao dia, daqueles alimentos que se deterioram com maior facilidade, como por exemplo o ovo de galinha.
Portanto, há de ressaltar aqui que, um bom programa de higiene deve fazer parte do cronograma diário de atividades do criador.
Cumprido o programa acima, coloca-se as fêmeas em gaiolas individuais, bem como os respectivos ninhos, evitando encostá-los junto a paredes pois, segundo observações próprias, podemos afirmar que dificilmente ela irá chocar. Prevalecerá neste caso, o seu instinto defensivo, pois transitam por ali, dia e noite, toda sorte de animais artrópodes, da classe dos insetos, tais como baratas, formigas, besouros, aracnídeos, répteis lacertílios (lagartixas), os quais irão perturbar a tranquilidade da ave.
Devemos incentivar as fêmeas, no seu instinto sexual, colocando a seu alcance, raízes de capim "rabo de burro", cuja palha é muito apreciada pelas fêmeas, algumas até completam com elas o seu ninho.
Observa-se que jamais deverão ser ofertados, em hipótese alguma barbantes, pois, se ingeridos, será fatal.
Associada a esta técnica, dever-se-ão administrar vitamina "E ", pois, como sabemos, trata-se da vitamina da fertilidade.

Agosto/Setembro

Final de agosto e mês de setembro é o período no qual se inicia a "cobertura".
Nesta fase, principalmente pela manhã, coloca-se a palha e deixa-se o macho "rachar" para a fêmea, sem contudo tirar a divisória entre as gaiolas.
Isto posto, uma boa técnica é despertar a curiosidade de ambos, abrindo a divisória lenta e gradualmente, sem retirá-la completamente e de uma só vez.
Seguro de que a fêmea pedirá "gala" e, após 10 a 25 minutos de observação, far-se-á a retirada literal da divisória, considerando que os dois passadores já estarão abertos.
Ocorrendo a "cobertura", dever-se-á repetir os mesmos procedimentos no dia seguinte.
Entre 2 e 4 dias a fêmea colocará o primeiro ovo, geralmente chocando-o.
No sexto dia de choco deverá ser feita a "ovoscopia", colocando-se o ovinho entre os dedos indicador e polegar, em forma de círculo, com leve pressão entre os dedos, posicionando-o à frente de uma lâmpada. Com pouca prática logo será observada a diferença existente entre um ovo "galado", comparativamente a outro que esteja sem "gala" ou "ovo branco" que, como o próprio nome indica, este ovo, se confrontado à luminosidade de uma lâmpada, estará totalmente branco, enquanto que o outro apresentará em seu núcleo, estrias avermelhadas ou sanguinolentas.

Nascimento dos filhotes

Durante as 12 horas iniciais, as fêmeas costumam apenas aquecê-los, raramente saindo dos seus ninhos. Nesta primeira fase, dever-se-á ser adotada uma vigilância constante, observando inclusive se os filhotes estão sendo alimentados e com que freqüência, socorrendo-os, se for o caso, com uma alimentação adicional como papinhas, hoje disponíveis no mercado. Uma boa papinha pode ser conseguida juntando ovo cozido e alpiste bem triturado, a qual poderá ser preparada no liquidificador doméstico.
Observa-se que muitas fêmeas, sendo ajudadas na alimentação de seus filhotes, geralmente se revelam ótimas criadeiras.
Para se constatar a saúde dos filhotes, uma boa prática é um leve toque no ninho. Estando em gozo de plena saúde, eles abrirão o bico gananciosamente. Caso contrário algo estará errado e, nestes casos específicos, verificar-se-á se estão com diarréia ou fungos localizados na parte interna do bico. No primeiro caso, corrigir-se-á com o probiótico "Mycosorb" e, no segundo, também com o probiótico "Moldzap".
Até sair do ninho, dever-se-á verificar também se o filhote tem comida no papo, bem como se as suas fezes estão envoltas numa membrana e se a fêmea os retira dali sem dificuldades. Caso contrário o filhote provavelmente estará diarréico.
Observar-se-á que, de 11 a 13 dias os filhotes normalmente saem dos ninhos. Assim, necessário se torna que sejam monitorados, considerando
que, face à natural insegurança pelo fato de conjuntamente abrir o bico e equilibrar-se, que não obtenham êxito naquele primeiro momento.
Assim, caso isso ocorra, deverá ser auxiliado pelo menos três vezes ao dia, recebendo manualmente a papinha até que a mãe volte a alimentá-lo.

Separação

A separação literal ocorre entre 33 e 35 dias. Há de se observar se o filhote está realmente alimentando-se em sua nova morada.
É importantíssimo que sejam mantidas as mesmas disposições dos apetrechos da morada anterior, tais como comedouros e bebedouros, os quais deverão obedecer a mesma padronagem e cor, evitando-se mudanças radicais as quais causar-lhes-ão estranheza.
O período de separação, por ser crucial, em alguns casos podem ser inclusive traumáticos. Para evitar-se o "stress", aconselha-se manter irmãos da mesma ninhada na mesma gaiola, até que se tenha absoluta certeza de que estão competentemente alimentando-se sozinhos. Registre-se que há casos de filhotes que não se conformam com a separação e piam copiosamente.
Nestes casos, retorne-os às gaiolas de suas respectivas mães por mais alguns dias.
No caso de filhotes destinados à venda, adote o mesmo critério quanto ao tipo e cor de bebedouros e comedouros pelas razões acima descritas.

Curió

Oryzoborus angolensis



Para ouvir novamente o canto do Curió (praia grande) clique aqui


Lúcia Helena Salvetti De Cicco
Editora Chefe


NOME - Curió

OUTRO NOME - Avinhado

NOME CIENTÍFICO - Oryzoborus angolensis

SIGNIFICADO DO NOME: Curió significa na linguagem indígena " Amigo do homem ".

ORDEM: Passeriformes

FAMÍLIA: Fringílidas

NOME EM INGLÊS: Thick-billed (Lesser) Seed Finch

NOME EM ESPANHOL: Semillero Picogueso

ALIMENTAÇÃO NO HABTAT NATURAL: Alimenta-se basicamente de alguns insetos, várias sementes com exclusividade na semente do capim navalha.

COR: marrom quando novo. Depois de completar 420 dias suas penas ficam pretas com apenas uma pequena mancha branca na asa e sua barriga e peito fica na cor vinho, a fêmea é marrom com um tom mais claro no peito mesmo quando adulta.

LOCALIZAÇÃO: Todo o Brasil e alguns lugares da América do Sul. Habita as regiões litorâneas brasileiras e principalmente o litoral paulista.

TEMPO DE VIDA: 30 anos no cativeiro (se bem cuidado) e de 8 a 10 anos na vida selvagem.
TAMANHO: 14 cm

ÉPOCA DE ACASALAMENTO: ocorre no mês de agosto até o fim de março

FÊMEA - INÍCIO DO PERÍODO FÉRTIL: 6 meses a 1 ano

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 12 dias

Nº DE OVOS: de 1 a 3 ovos por ninhada.

MUDA (TROCA DE PENAS: acontece entre março e junho.

O nome Curió na língua tupi guarani significa "Amigo do Homem", pois este pássaro gostava de viver perto da aldeia dos índios. Esta característica de se aproximar do ser humano, a sua elegância, a enorme capacidade de disputar pelo canto quem é o dominador do território, e a enorme qualidade de seu canto, fez do curió um amigo muito estimado entre os criadores e amantes de pássaros em geral. O bicudo (oryzoborus maximiliani) é um parente muito próximo do curió e também excelente cantor, só que um pouco maior e é todo preto e com a mesma mancha branca na asa. O canto de curiós e bicudos é tão apreciado que, nos concursos, essas qualidades são muito importantes.

O Curió aprende a cantar desde pequeno com o pai, porém, os aconselham que os filhotes ouçam o canto do pai, somente se este canto for perfeito. As aves emitem sons que podem exprimir alegria, tristeza, aviso de alerta, dentre outros. Há uma grande variedade de cantos, e varia de região para região, havendo casos de pássaros que emitem até 40 assobios diferentes.

No Brasil já foram encontrados mais de 128 cantos diferentes e, os mais conhecidos são: Praia Grande (é o som que você ouve nesta página), Paracambi, Uberaba, Vi te teu, Mateiro (que é o natural do pássaro). Quanto a repetição pode ser curto (de 1 a 4) ou longo (mais de 5). O canto mais difundido por todo o Brasil é o chamado Praia Grande. Esse canto é originário das praias paulistas e, atualmente, está extinto na natureza, ou seja, os pássaros selvagens não mais o emitem. Por isso, a preocupação dos criadores de todo Brasil é que seja mantido, em cativeiro, esse tipo de canto.

O curió além de excelente cantor é um imitador nato, por isso, não é aconselhável criá-lo com outras espécies de pássaros, porque ele aprenderá facilmente o canto delas, perdendo assim a pureza de suas notas musicais características. O melhor tempo para o curió aprender a cantar é quando novo , ainda com 3 meses. Colocando o pássaro para escutar o canto de fita, CD ou de um mestre (pássaro do plantel que tem o melhor canto), mas também pode aprender depois de velho se ele for cabeça mole (nome dado pelos criadores, um curió que ao escutar um canto diferente do seu troca de canto). Você pode encontrar discos contendo gravações de canto de curió, especiais para o treinamento de filhotes e aperfeiçoamento do canto de curiós adultos. Para conseguir informações de como obter esses discos consulte as Associações de Criadores.

REPRODUÇÃO

Na natureza o curió defende com muita garra seus domínios. Se alguma outra ave se aproxima do ninho, ele a repelirá até com certa violência. Em cativeiro não será difícil procriar a espécie, desde que seja reconstituído o seu habitat natural. para isso, você deve criá-lo em gaiolões ou viveiros. Nos viveiros devem ser plantadas pequenas árvores como pinheirinho. Nos gaiolões, devido ao espaço menor, coloque alguns ramos de bucho (tipo de vegetação) para a fêmea usá-los na construção do ninho. Este ninho pode ser encontrado em qualquer loja especializada e colocado no viveiro ou gaiola. O importante é colocar as gaiolas ou os viveiros em local arejado, que não seja escuro, não sofra correntes de ar e nem excesso de calor ou frio e, se possível, receba os raios solares da manhã.

O reprodutor deve gozar de total saúde, e a fêmea também deve estar com boa saúde e deve estar pronta para a procriação. Não se deve cruzar pássaros consangüíneos para não ocorrer degeneração. A fêmea deve ter de 1 a 4 anos de idade, que é seu período de postura, embora algumas continuam com a postura mais tempo. Depois do nascimento do filhote é aconselhável tirar o macho e deixar só a fêmea, mas o macho deve estar por perto para ensinar o filhote a cantar.

Para que o acasalamento aconteça, coloquem o macho e a fêmea inicialmente em gaiolas separadas, mas próximas uma da outra. Após cinco dias desse "namoro" à distância, junte os dois na mesma gaiola e deixe-os juntos para cruzarem durante 1 ou 2 meses. É nesse tempo que a fêmea vai preparar o ninho. A fêmea normalmente põe dois a três ovos, que são chocados em torno de 12 dias. Quando os filhotes nascem, levarão cerca de 10 a 14 dias para saírem do ninho. É nesse período que os filhotes começam a exercitar as asas e as pernas, por isto, você deve colocar o ninho em lugar baixo para evitar que os filhotes morram por uma eventual queda. Com 20 a 25 dia os filhotes começam a gorjear (cantar).

Quando eles estiverem com 30 dias mais ou menos, já se alimentam sozinhos e você deve retirá-los da companhia dos pais. Isso é muito importante porque o macho, inexplicavelmente, poderá feri-los se ouvir cantos de outros pássaros. Por isso, coloque os filhotinho em gaiolões para voarem e se desenvolverem.

O curió é conhecido pela higiene e limpeza do ninho. Isso é tão marcante na espécie que alguns criadores não colocam mais a coleira de identificação na perna dos filhotes enquanto estão no ninho, porque a mãe curió vai retirá-las podendo até ferir os filhotes nessa tentativa. Ela não aceita nenhum objeto estranho ou sujeira no ninho.

A troca de pena e bico é feita no período de abril a junho (podendo variar de um pássaro para outro e de regiões), neste período há uma queda da resistência e o curió está sujeito a pegar febre e outras doenças. Convém cobrir a gaiola para evitar o vento e, dar boa alimentação e deixar a gaiola bem limpa. Neste período o curió provavelmente deixará de cantar.

 

ALIMENTAÇÃO

O curió principalmente seus filhotes se alimentam de Tenébrio molitor que devem ser criados em casa. Quando sua criação de tenébrios estiver pronta, separe algumas, e as coloque em um pratinho com leite em pó. Elas vão se alimentar com o leite e quando consumidas pelo filhotes, se tornarão um alimento duplamente rico em proteínas.

Outros alimentos são os gafanhotos, cupins, pão molhado em água e milho verde, além das misturas para pássaros, alpiste e painço, ovo (clara e gema) cozido.

A alimentação dos filhotes deve ser deixado por conta das mães. Você não deve colocar o alimento diretamente no ninho dos filhotes mas sim deixar que os pais façam isso. Nesse momento é importante observar os cuidados que eles dispensam aos curiózinhos. Deixar a disposição da mãe os alimentos de matrizes e adicionar 8 Tenebrios molitores para cada filhote por Dia.

Tome cuidado ao compra frutas e verduras, tenha certeza de que não foi passado inseticida na plantação e se estão estragadas. As verduras (almeirão, chicória, espinafre, catalonia) e legumes (milho, abobrinha, jiló) poderão ser dados ocasionalmente durante todas as fases da criação. O grande cuidado a se tomar são com as verduras, pois deverão ser bem lavadas e colocadas pôr 30 minuto em uma solução de água (98%) e vinagre (2%). Evite alface e salsa.

VITAMINAS  

As vitaminas são muito importante para os pássaros, mas ela precisa ser complementada com proteínas e sais minerais.

Vitamina "A": Auxilia no crescimento e é indispensável para o organismo defendendo escorbuto e protegendo a epiderme, é encontrada no pepino, na gema de ovo e na cenoura
Vitamina "B": (B1, B2, B6 e B12) ajuda no desenvolvimento dos filhotes e fortalece os nervos, é encontrada no pão, couve, cenouras e gema de ovo.
Vitamina "C": Dá boa condição ao sangue e é preventivo contra moléstia da pele, é encontrada no tomate, laranja e limão.
Vitamina "D": A falta desta vitamina causa raquitismo, é encontrada nos raios solares, na gema de ovo e no leite (apenas em tratamento).
Vitamina "E": Proporciona vigor mental e também estimula e fertiliza os pássaros, é encontrada no germe do trigo, amendoim, agrião e flocos de aveia.
Amido, açucares e gorduras: Não são muito importante para os pássaros, proporciona energia e bom sono, é encontrada na farinha e na gema de ovo.
Proteínas: necessária para o crescimento e para manter bem os ossos, a pele e o sangue. Ajuda para evitar doenças, é encontrada no leite, ovos, pão, cereais, carne (Tenébrio Molitor)
Cálcio: Para formar os ossos, coagular o sangue, regular a pulsação, contrair e relaxar os músculos, é encontrado no almeirão, na casca de ovo e no osso de Siba.
Ferro: Para produzir sangue e outras células, é encontrado na carne (Tenébrio Molitor), no almeirão e agrião.
Iodo: Importante durante a adolescência e o período de postura, é encontrado no agrião e couve.
Fósforo: Ajuda as funções do cérebro e do sistema nervoso, é encontrado na carne (Tenébrio Molitor), ovos e trigo.

DOENÇAS

Como todas as aves o curió esta sujeito a doenças, conheça as mais comuns nessa ave:

Canibalismo: É o vício dos pássaros bicarem uns aos outros, comer pena, causando ferimentos, que às vezes leva até a morte.

Coccidiose: É uma doenças parasitárias causadas por protozoários da ordem Coccidia.

Diarréia: Uma doença comum nos pássaros em que o mesmo evacua freqüentemente (liquido abundante).

Gripe Coriza ou Resfriado: Os pássaros são atacados nas vias respiratórias perdendo o apetite, dormindo constantemente e parando de cantar.

Sarna: Esta doença é causada por um parasita que deixa as pernas dos pássaros mais grossas e infeccionadas.

Verminose: É causada pela má higiêne na gaiola, seus sintomas são: diarréia, fraqueza, tristeza.

A LEI E O IBAMA:

O curió é um animal protegido por lei, seu comércio é ilegal mas sua criação não é. Esta ave tem sido aniquilada e está desaparecendo da natureza em conseqüência dos desmatamentos desenfreados, a poluição de rios e lagoas, e a ação de agrotoxicos presentes nas plantações. Veja o que diz o IBAMA sobre a criação de animais da fauna brasileira em cativeiro para finas comerciais A criação de animais da fauna brasileira em cativeiro para fins comerciais ou econômicos, previstos na Portaria IBAMA Nº 118-N e 117-N, ambas de 15/10/97.

A criação e manutenção de animais silvestres em cativeiro para fins científicos, comerciais, educacionais e conservacionista é regulada através instrumentos legais que visam a normatização das atividades em consonância com as leis de proteção à fauna nativa. A criação com finalidade comercial é normatizada pela Portaria nº 118-N de 15/10/97, sendo a comercialização regida pela Portaria nº 117 de 15/10/97.

A utilização da fauna silvestre exige um plano de manejo e criação baseado em pesquisa e no real conhecimento de cada espécie em foco, assegurando assim, o sucesso reprodutivo, de crescimento, econômico e conservacionista.

A importância da vida silvestre para o homem tem-se acelerado a medida que a ciência adquire novas tecnologias em busca da melhoria da qualidade de vida das sociedades humanas. No entanto, a visão tradicional da valoração econômica aplicada aos recursos faunísticos encontra, em nossos dias, problemas de ordem ideológica defendida, principalmente, por aqueles que rejeitam a visão antropocêntrica de que a humanidade é o centro de tudo que tem valor e que as outras criaturas só têm valor enquanto nos servem. Nesse sentido, o manejo de fauna sob uma visão mais moderna leva em consideração não só argumentos econômicos, mas também, fatores relacionados à conservação da natureza.

Nas últimas décadas, alguns criadores têm redefinido seu papel no mundo da conservação, não mais preocupando-se em simplesmente colecionar animais, mas também, de criar com fins conservacionistas. Ainda assim, alguns pontos de discussão permanecem abertos, como problemas de ordem genética e comportamental dos animais criados em cativeiro em relação ao possível sucesso diante de uma tentativa de repovoamento em uma área natural.

Seja qual for o tipo de criação e seus objetivos, a normatização das atividades, principalmente aquelas relativas à comercialização de animais vivos, assume papel primordial por reprimir a ilegalidade, o que traduz uma prioridade, se considerarmos que tal ilícito é fator de destaque quanto ao status de ameaçado de sobrevivência para muitas espécies de nossa fauna.

Entre as muitas espécies de interesse para a criação, destacam-se aves canoras como bicudos e curiós, altamente apreciadas pela excelente qualidade do canto, associados à sua elegância e conhecimentos já adquiridos de manejo em cativeiro.